Este livro é uma versão modificada de uma tese de doutorado apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e Paul Singer, Luiz Carlos Bresser Pereira e Fernando Henrique Cardoso fizeram parte da banca examinadora. Este texto resgata o período das décadas de 1950-1960 em que a consolidação do novo Brasil urbano-industrial acentuava o confronto entre os velhos interesses agroexportadores, em decadência, e os novos segmentos sociais vinculados à acumulação industrial. A controvérsia sobre o desenvolvimento econômico travava-se entre uma corrente que defendia o liberalismo econômico, ocupada com a ‘vocação agrária’ do Brasil e uma corrente desenvolvimentista, que pregava a intervenção do Estado na economia para programar a industrialização no país.
O intervencionismo (urbano-industrial) e o liberalismo (agroexportador) são correntes antagônicas e revelam-se como as principais forças sócio-econômicas do Brasil nas primeiras décadas do século XX. Na década de 40, com Vargas, tomava corpo a ideologia desenvolvimentista e intervencionista. Esta ideologia desenvolvimentista ganhava adeptos da nascente burguesia industrial, da classe média urbana e sua classe mais poderosa (as forças armadas). Foi destacada a importância da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina) e do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), uma versão ligeiramente mais nacionalista do desenvolvimentismo na sua versão cepalina, a ser praticada por um governo muito liberal com o capital estrangeiro como o de Kubitschek. A ideologia ‘nacional-desenvolvimentista’ foi forjada nos anos 50 e gestada na CEPAL, por economistas como Gunnar Myrdal e Ragnar Nurkse, aprimorando-se pelos intelectuais do ISEB.
Trata-se de uma análise da primeira fase da Economia Política Brasileira, limitada nos anos 50 e que se estende aos anos 60, quando vigoravam as teses estagnacionistas. De 1964 até praticamente o final dos anos 60 aparecem apenas idéias esparsas em artigos de jornais e revistas especializadas, ficando para a década de 70 a sua consolidação teórica. Neste período, então, em questão do pensamento econômico brasileiro revelou três correntes de pensamentos que podem ser expressas, em linhas gerais da seguinte forma: 1) Modelo de Substituição de Importação, oriundo das obras de Celso Furtado, que enfatiza a importância da atividade cafeeira, da introdução da mão-de-obra livre (migrações) e destaca o subdesenvolvimento e a abundância de mão-de-obra, visto que o modelo de substituição de importações emprega pouca mão-de-obra; 2) Modelo Democrático-Burguês sistematizado por Nelson Werneck Sodré que constituiu, nesta abordagem, uma interpretação errônea do estágio da dinâmica social brasileira, com base em uma avaliação do desenvolvimento das forças produtivas e das relações sociais de produção do Brasil das décadas de 50 e 60, tidas como fundamentalmente pré-capitalistas; 3) Modelo de Subdesenvolvimento Capitalista originário dos trabalhos de Caio Prado Júnior principalmente, que interpretava a sociedade brasileira como produto da expansão capitalista mundial desde sua gênese, afinal a economia colonial brasileira nasce enquanto grande exploração comercial, gerada pelo capitalismo europeu e voltada para o mercado metropolitano.
O avanço tecnológico é a mola mestra para o desenvolvimento do capitalismo clássico. O desenvolvimentismo foi a ideologia que mais influenciou a economia política brasileira, herdeiro direto da corrente keynesiana que se opunha ao liberalismo neoclássico, afinal era preciso incrementar a participação do Estado na economia por meio do planejamento global, de modo a facilitar o advento da industrialização nacional. A análise econômica e as receitas de desenvolvimento elaboradas pela CEPAL constituíam a espinha dorsal do desenvolvimentismo, inspirando a formulação de ‘planos de desenvolvimento’. A expansão industrial exigia esforços imediatos no sentido de se incrementar o fornecimento de energia e de se melhor o sistema de transportes. As primeiras investigações sobre o ‘desenvolvimento’ e a dinâmica da economia brasileira saíram do Estado, mas não foi por acaso.
O intervencionismo (urbano-industrial) e o liberalismo (agroexportador) são correntes antagônicas e revelam-se como as principais forças sócio-econômicas do Brasil nas primeiras décadas do século XX. Na década de 40, com Vargas, tomava corpo a ideologia desenvolvimentista e intervencionista. Esta ideologia desenvolvimentista ganhava adeptos da nascente burguesia industrial, da classe média urbana e sua classe mais poderosa (as forças armadas). Foi destacada a importância da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina) e do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), uma versão ligeiramente mais nacionalista do desenvolvimentismo na sua versão cepalina, a ser praticada por um governo muito liberal com o capital estrangeiro como o de Kubitschek. A ideologia ‘nacional-desenvolvimentista’ foi forjada nos anos 50 e gestada na CEPAL, por economistas como Gunnar Myrdal e Ragnar Nurkse, aprimorando-se pelos intelectuais do ISEB.
Trata-se de uma análise da primeira fase da Economia Política Brasileira, limitada nos anos 50 e que se estende aos anos 60, quando vigoravam as teses estagnacionistas. De 1964 até praticamente o final dos anos 60 aparecem apenas idéias esparsas em artigos de jornais e revistas especializadas, ficando para a década de 70 a sua consolidação teórica. Neste período, então, em questão do pensamento econômico brasileiro revelou três correntes de pensamentos que podem ser expressas, em linhas gerais da seguinte forma: 1) Modelo de Substituição de Importação, oriundo das obras de Celso Furtado, que enfatiza a importância da atividade cafeeira, da introdução da mão-de-obra livre (migrações) e destaca o subdesenvolvimento e a abundância de mão-de-obra, visto que o modelo de substituição de importações emprega pouca mão-de-obra; 2) Modelo Democrático-Burguês sistematizado por Nelson Werneck Sodré que constituiu, nesta abordagem, uma interpretação errônea do estágio da dinâmica social brasileira, com base em uma avaliação do desenvolvimento das forças produtivas e das relações sociais de produção do Brasil das décadas de 50 e 60, tidas como fundamentalmente pré-capitalistas; 3) Modelo de Subdesenvolvimento Capitalista originário dos trabalhos de Caio Prado Júnior principalmente, que interpretava a sociedade brasileira como produto da expansão capitalista mundial desde sua gênese, afinal a economia colonial brasileira nasce enquanto grande exploração comercial, gerada pelo capitalismo europeu e voltada para o mercado metropolitano.
O avanço tecnológico é a mola mestra para o desenvolvimento do capitalismo clássico. O desenvolvimentismo foi a ideologia que mais influenciou a economia política brasileira, herdeiro direto da corrente keynesiana que se opunha ao liberalismo neoclássico, afinal era preciso incrementar a participação do Estado na economia por meio do planejamento global, de modo a facilitar o advento da industrialização nacional. A análise econômica e as receitas de desenvolvimento elaboradas pela CEPAL constituíam a espinha dorsal do desenvolvimentismo, inspirando a formulação de ‘planos de desenvolvimento’. A expansão industrial exigia esforços imediatos no sentido de se incrementar o fornecimento de energia e de se melhor o sistema de transportes. As primeiras investigações sobre o ‘desenvolvimento’ e a dinâmica da economia brasileira saíram do Estado, mas não foi por acaso.
Um comentário:
Estudando esse texto na ula de hoje, interessante.
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